domingo, 7 de junho de 2009

. . .

Como é possível eu me sentir tão segura só por estar ao lado de alguém? Como é possível, só de encostar a cabeça no peito do outro, saber que ali é o lugar aonde eu pertenço? Como é possível amar tanto assim? Amar um amor que transborda, em gestos, em palavras, em olhares, em beijos. Um amor maior que eu. Um amor maior que o Mundo. Meu amor.

Eu ainda fico boba por estar ainda boba com este amor. E não canso de escrever essas coisas melosas, romanticas, porque é por elas que meu amor escoa, se traduz em palavras.

... a batida daquele coração, as conversas deitados lado a lado olhando o teto com CDs, as mãos em suas descobertas, os beijos.. ah, os beijos! Os filmes vistos pela metade, os olhares, as cobertas, os sofás. ... a mão na mão, o beijo antes de ir embora, a espera do ônibus. A cara feia com o peso da mochila, com os atrasos. As desculpas dadas em beijos. O perdão recebido em mais beijos. ... o lençol branco já não mais tão branco, a árvore, as divagações sob o céu azul. ... as conversas intermináveis no telefone, as besteirinhas, os sonhos, as palavras, os pedidos, as juras. Os sonhos sonhados juntos. A realidade

O um, o outro. Magicamente um só.

(mesmo parecendo repetitivo, precisava escoar tudo isso... *.*)

terça-feira, 21 de abril de 2009

É simplismente mágico, não é? A simples ação de olhar no olho do outro se torna uma coisa tão especial, por que você sabe que é verdade, que é sincero, que É. E sendo, um beijo deixa de ser apenas um beijo, um toque deixa de ser apenas um toque, um abraço não é só um entrelaçar de braços e corpos, e, mesmo depois de quase um ano, o coração continua a bater mais rápido, e a respiração continua acelerando apenas por lebrar daquele olhar, daquele olhar que é. É incrível perceber que tem coisas que o tempo não apaga. E esse tempo passa tão rápido, corre, voa, trembaleia... e tudo só aumenta, só melhora, e continua explodindo no peito, como se fosse a primeira vez. O mais inacreditável de tudo isso é que sempre parece a primeira vez. Todo toque é como se fosse o primeiro toque, e cada palavra dita é como se fosse dita pela primeiríssima vez, e é tudo tão bom. É tudo tão bom, e tudo te faz tão feliz que você quer que todo mundo tenha o direito de se sentir assim também, por que é incrível. Insuperável. Único.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Contos escritos antes de dormir IV

Orvalho nos olhos.

O banco ainda estava molhado com o orvalho da manhã, seu rosto, com as lágrimas do anoitecer. As flores do jardim, tão pequenas, tão belas.

O livro aberto em seu colo, tão silencioso. A brisa acariciava seus cabelos despenteados, levava para longe os pensamentos...

Pequenos raios de luz brincavam de caleidoscópio em seus olhos, e ela sorria. Pela primeira vez, ela realmente sorria. Seus pés descalços, pela primeira vez realmente sentiam a úmida carícia do gramado.

As palavras gravadas flutuavam a sua volta, roçavam seu rosto e voavam, voavam na direção das estrelas.

O anel em seu dedo cintilava, e ela ria, cantava, dançava.

Ela sabia, ela amava.

em 31/10/2008

sexta-feira, 13 de março de 2009

Contos escritos antes de dormir III

Colo.

Você tem medo, quer sumir, fugir de tudo.

Você tem a impressão que está fora do lugar, e que, de repente, aquele que era seu refúgio já não é mais seu mundo.

As flores estão no vaso, a foto na parede, o cartão, deitado sobre a escrivaninha, mas ele não está lá, e você tem medo.

Você liga para ele, o impede de dormir, e tenta se sentir segura. As palavras percorrem os fios, cruzando a cidade. Ele não está lá. Você não quer desligar, e o tempo passa voando, você quer escutá-lo, por que é a voz dele que ainda a mantém. Você tem medo.

Não consegue dormir, abraça o travesseiro e chora. Tem medo de parecer boba, melosa, insegura. Medo de ser criança demais, e não no melhor sentido. Mas quer colo, quer cafuné. Quer poder chorar no colo dele, e lá ficar protegida de tudo.

É ele seu refúgio.

Você quer ser acalantada e ser posta para dormir. Quer dormir nos braços dele, sentindo a respiração dele e o calor de seus braços.

Ficar longe não dá mais.

Não tem mais a menor graça.

em 13/11/2008 - depois de uma longa ligação.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Contos escritos antes de dormir II

Olhos de um verde aguado

Eram duas manchas. Duas pequenas manchas, lado a lado. Redondas.

Eram dois olhos. Verdes. Aguados, tão aguados que escorriam.

Ali estavan os livros na estante, e as músicas continuavam a tocar. Lá estavam as fotos a sorrir, mas ele não, ele não. Nua, vestida apenas de lágrimas, sentada, olhando a porta que não mais o traria de volta.

O telefone em suas mãos, o chuveiro ligado, e ela ainda escutava...

Acidente, encontro, chuva, café, estrada, bonita, caminhão, telefone, emergência, namorar, hospital, amo você, amo você, grave, casar, irreversível, te amo, te amo, sinto muito.

As gotas batiam na vidraça. A cada gota, uma lágrima, a cada lágrima, um grito sufocado. De joelhos, chorava.

Ela ainda escutava...

Te amo, viagem, te amo, inesperado, te amo, inevitável.

Deitada, gritava.

Ela ainda sentia. O calor, os arrepios, os beijos, a dor.

Cansada, sangrava.

escrito na madrugada de 31/10/2008

Contos escritos antes de dormir I


Querer-te e não te querer


Amor, não me temas só porque eu te temo. Não fuja de mim só por que insisto em fugir de ti, não me prive de teu doce sorriso só porque não te sorrio.

Amor, insista, mesmo que eu te negue.

Persista, mesmo que eu me esquive.

Insista, não desista.


Amor, tenha certeza. Eu te quero. Eu te desejo. Tuas certezas e incertezas, teus medos, teus arrepios e carinhos.

Amor, ah, amor... Quero tuas aventuras, teus perigos. Eu te quero como me queres, é só que não estou pronta. É só que ainda não estou pronta.


Amor, corra para um lado, deixa que eu corro para o outro. Tenha certeza, o mundo é redondo, e um dia a gente se encontra.



Escrito na noite de 31/10/08

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

um momento


Ele estava ali, ela podia sentir. O cheiro, aquele perfume. Ele estava presente, estava ao lado dela. Mesmo com os olhos fechados, podia vê-lo sorrindo, percorrendo com olhos brilhantes os traços confusos do rosto dela. Ele estava ali, e a observava dormir.
Ela escutava a batida daquele coração, sincronizada com o dela, sentia a mão dele em sua mão. Ele a beijava na testa, ela sentia seu bafo quente, sua respiração. Respiravam o mesmo ar. Estavam tão próximos que já não existia um 'eu' e um 'ele'. Os dois eram um só, e assim permaneceriam, sempre.
"Deitar-se com uma mulher e dormir com ela: eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma quantidade inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)."
Milan Kundera