domingo, 7 de junho de 2009
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Eu ainda fico boba por estar ainda boba com este amor. E não canso de escrever essas coisas melosas, romanticas, porque é por elas que meu amor escoa, se traduz em palavras.
... a batida daquele coração, as conversas deitados lado a lado olhando o teto com CDs, as mãos em suas descobertas, os beijos.. ah, os beijos! Os filmes vistos pela metade, os olhares, as cobertas, os sofás. ... a mão na mão, o beijo antes de ir embora, a espera do ônibus. A cara feia com o peso da mochila, com os atrasos. As desculpas dadas em beijos. O perdão recebido em mais beijos. ... o lençol branco já não mais tão branco, a árvore, as divagações sob o céu azul. ... as conversas intermináveis no telefone, as besteirinhas, os sonhos, as palavras, os pedidos, as juras. Os sonhos sonhados juntos. A realidade
O um, o outro. Magicamente um só.
(mesmo parecendo repetitivo, precisava escoar tudo isso... *.*)
terça-feira, 21 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Contos escritos antes de dormir IV
O banco ainda estava molhado com o orvalho da manhã, seu rosto, com as lágrimas do anoitecer. As flores do jardim, tão pequenas, tão belas.
O livro aberto em seu colo, tão silencioso. A brisa acariciava seus cabelos despenteados, levava para longe os pensamentos...
Pequenos raios de luz brincavam de caleidoscópio em seus olhos, e ela sorria. Pela primeira vez, ela realmente sorria. Seus pés descalços, pela primeira vez realmente sentiam a úmida carícia do gramado.
As palavras gravadas flutuavam a sua volta, roçavam seu rosto e voavam, voavam na direção das estrelas.
O anel em seu dedo cintilava, e ela ria, cantava, dançava.
Ela sabia, ela amava.
em 31/10/2008
sexta-feira, 13 de março de 2009
Contos escritos antes de dormir III
Você tem medo, quer sumir, fugir de tudo.
Você tem a impressão que está fora do lugar, e que, de repente, aquele que era seu refúgio já não é mais seu mundo.
As flores estão no vaso, a foto na parede, o cartão, deitado sobre a escrivaninha, mas ele não está lá, e você tem medo.
Você liga para ele, o impede de dormir, e tenta se sentir segura. As palavras percorrem os fios, cruzando a cidade. Ele não está lá. Você não quer desligar, e o tempo passa voando, você quer escutá-lo, por que é a voz dele que ainda a mantém. Você tem medo.
Não consegue dormir, abraça o travesseiro e chora. Tem medo de parecer boba, melosa, insegura. Medo de ser criança demais, e não no melhor sentido. Mas quer colo, quer cafuné. Quer poder chorar no colo dele, e lá ficar protegida de tudo.
É ele seu refúgio.
Você quer ser acalantada e ser posta para dormir. Quer dormir nos braços dele, sentindo a respiração dele e o calor de seus braços.
Ficar longe não dá mais.
Não tem mais a menor graça.
em 13/11/2008 - depois de uma longa ligação.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Contos escritos antes de dormir II
Eram duas manchas. Duas pequenas manchas, lado a lado. Redondas.
Eram dois olhos. Verdes. Aguados, tão aguados que escorriam.
Ali estavan os livros na estante, e as músicas continuavam a tocar. Lá estavam as fotos a sorrir, mas ele não, ele não. Nua, vestida apenas de lágrimas, sentada, olhando a porta que não mais o traria de volta.
O telefone em suas mãos, o chuveiro ligado, e ela ainda escutava...
Acidente, encontro, chuva, café, estrada, bonita, caminhão, telefone, emergência, namorar, hospital, amo você, amo você, grave, casar, irreversível, te amo, te amo, sinto muito.
As gotas batiam na vidraça. A cada gota, uma lágrima, a cada lágrima, um grito sufocado. De joelhos, chorava.
Ela ainda escutava...
Te amo, viagem, te amo, inesperado, te amo, inevitável.
Deitada, gritava.
Ela ainda sentia. O calor, os arrepios, os beijos, a dor.
Cansada, sangrava.
escrito na madrugada de 31/10/2008